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sábado, 4 de setembro de 2010

Entre a suposta neutralidade e a verdade do compromisso *

(*) Andréa Caldas - Professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR)

No editorial da Revista Carta Capital, datado de 7 de julho de 2010, o jornalista Mino Carta brindou-nos mais uma vez com um texto de magistral qualidade e inegável coragem.

O artigo que inicia sem evasivas entitulado "Por que escolhemos Dilma?" escancara não só uma opção político-eleitoral, mas ao fazê-lo de forma tão inusitada na seara do jornalismo brasileiro descortina a clara diferença que demarca a carreira jornalística de Mino Carta e seus associados e a da grande maioria da imprensa falada e escrita nas terras tupiniquins.

Sem abrir mão das críticas ao atual governo, recusando, portanto o adesismo chapa branca; nem por isso se permite esconder atrás da suposta neutralidade - biombo da grande imprensa, por onde se descortinam enviesados compromissos ideológicos e não raras vezes, comerciais, que demarcam as sinuosas relações dos meios de comunicação e seus "prediletos".

A estes supostos neutros, Mino Carta adianta: "é de praxe da mídia mais desenvolvida do mundo tomar partido na ocasião certa, sem implicar postura ideológica ou partidária."

Quem dera, outros jornalistas o seguissem neste compromisso com a objetividade, a clareza e a coragem de assumir que suas opiniões e análises partem de pontos de vista determinados por escolhas e opções; ao invés de posarem de anjos, ou pior, semi-deuses que só buscam o compromisso com a verdade, como se esta fosse propriedade de uns, a quem cabe alertar aos incautos e ignorantes.

Aparentemente alguns começam deixar cair as máscaras como sucedeu à apresentadora Marília Gabriela, recém contratada da TV Cultura de São Paulo, após a demissão do jornalista Heródoto Barbero, que anunciou ter medo de Dilma e da turma do PT e pediu voto em Marina ou José Serra.

Quem sabe a Revista Veja, que costuma, em suas capas, associar a esquerda a figuras monstruosas extraídas da mitologia ou dos pesadelos infantis possa enfim declarar seu compromisso de classe e ideologia.

Pois como já nos alertava o grande mestre Paulo Freire:

"O compromisso, próprio da existência humana, só existe no engajamento com a realidade, de cujas águas os homens verdadeiramente comprometidos ficam molhados, ensopados. (.) Ao experiencia-lo, num ato que necessariamente é corajoso, decidido e consciente, os homens já não se dizem neutros. A neutralidade frente ao mundo, frente ao histórico, frente aos valores, reflete apenas o medo que se tem de revelar o compromisso. Este medo quase sempre resulta de um compromisso contra os homens, contra sua humanização, por parte dos que se dizem neutros. Estão comprometidos consigo mesmo, com seus interesses ou com os interesses dos grupos aos quais pertencem. E como este não é um compromisso verdadeiro, assumem a neutralidade impossível."

Extraído de: http://www.appsindicato.org.br/Include/Paginas/artigo.aspx?id=4676

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Vídeos sobre a Tortura na Ditadura

É de extrema importância debater nos meios acadêmicos e escolares a prática bárbara da tortura. Porém, tão importante quanto o debate são as visões aterradoras de cenas de tortura. Elas nos deixam em tamanho estado de choque que por si só são capazes de fazer-nos sentir mais humanos, seja pela dor, pela revolta, pela indignação, ou pela frustração.

"O homem é a única espécie do universo
Que provoca dor no semelhante pra massagear o ego" (Eduardo F.C.)



Trecho do filme "Batismo de Sangue"




Trecho do filme "Zuzu Angel"

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O poder da mídia

O poder da mídia no Brasil é algo descomunal, exagerado e antidemocrático. Em nunhuma democracia séria (portanto, exclui-se os EUA e sua ditadura do capital), os veículos de comunição são concentrados nas mãos de grupos historicamente poderosos e ligados è elite política entreguista. Refletir sobre as informações que nos chegam aos olhos e ouvidos é passar a utilizar os próprios neurônios. Uma vez seres humanos, temos o direito e devemos exercer a liberdade de expressão e de pensamento. O que aonctece, porém, é que a sociedade capitalista impõe que o "normal", o "certo", o "bonito e legal" são os padrões, valores da uma elite, uma minoria extremamente rica. De outro lado, as manifestações culturais e políticas populares estão sempre ligadas pela "grande mídia" à baderna, desordem e ignorância.

Eles estiveram à serviço da ditadura no passado...



... e estão contra o povo no presente.

Em nosso país, a "grande mídia" pode ser classificada historicamente como um partido, e tradicionalmente golpista contra as políticas mais populares. Portanto, chamaremos a mídia de PiG (Partido da Imprensa Golpista), assim como os blogueiros progressistas que vislumbram a possibilidade de utilizar a internet como meio de deselitização e democratização do acesso e da produção do conhecimento. (especialmente o site do jornalista Paulo Henrique Amorim, que indico àqueles que querem ver o outro lado da notícia:

http://www.conversaafiada.com.br


Músicas para refletir sobre a influência da mídia:
Face da Morte - Televisão


Titãs - Televisão

Vanesa da Mata - Fugiu com a novela

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Censura, Tortura e Perseguição Política durante a Ditadura Civil-Militar no Brasil (1964-1985)

O tema a seguir é bastante atual, porém pouco debatido na sociedade brasileira. Os principais veículos de comunicação da imprensa tem uma resistência a tocar nessa temática, uma vez que a maior parte da "grande mídia" tem vínculos financeiros e ideológicos com os grupos que patrocinaram e torturam aqueles que resistiram à esse regime ditatorial no Brasil. Portanto, o espaço escolar tem que proporcionar esse debate e, em especial, instigar a reflexão sobre o período mais obscuro da nossa história recente.

Censura, Perseguição Política e Tortura são três temas coexistentes e altamente interrelacionados nos regimes ditatoriais. A prática da censura, que consiste no controle das informações e pensamentos a circularem na sociedade, leva diretamente à perseguição política daqueles que desejam exercer sua liberdade de expressão. Quando essa liberdade se faz contra a estrutura de poder, de governo, que nega a participação popular nas tomadas de decisões e impõe de forma brutal sua ideologia, esse Estado que no caso brasileiro estava nas mãos dos militares sustentados por uma elite financeiramente ligada aos interesses do capital estadunidense, julga-se no direito de silenciar as vozes contrárias à ele. A prática de tortura é tão antiga quanto a história da humanidade, porém a civilização do século XX, particularmente a sociedade "democrática livre" autopromivida pelos EUA aos "vencerem" a II Guerra contra os cruéis nazistas, utilizaram-se de instrumentos tão revoltantes quanto o III Reich. Não só no Brasil, mas em toda a América Latina, as Forças Armadas nacionais, que receberam formação ideológica do Pentágono, padronizaram e colocaram em prática as orientações da CIA (Agência de Inteligência Estadunidense) para torturar qualquer militante "comunista". Por comunistas, os militares da Ditadura entendiam qualquer cidadão que constituisse ameaça ao poder centralizado e didator.

Vale a pena refletir sobre esse tema a partir desses vídeos:


Música "Anos de Chumbo" do grupo de Rap Nacional Face da Morte, de Hortolândia, periferia de Campinas, interior de São Paulo, analisa a história da ditadura e destaca a resistência ao regime miliar:


Links interessantes sobre o tema:

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=6838

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/analise/1964-democratas-e-ditatoriais-1/?searchterm=ditadura%20militar

http://www.brasildefato.com.br/v01/agencia/nacional/as-feridas-abertas-da-ditadura/?searchterm=ditadura%20militar

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ditadura_militar_no_Brasil_%281964-1985%29#Anos_de_chumbo